sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Diário de Mariana



7 de dezembro 2012


Querido diário,


Os testes estão quase a acabar. Que fixe. Quero ter mais tempo livre. Sempre trabalhos. Sempre exercícios. Sempre textos. Eu gosto de aprender, mas é sempre tanta coisa. O que vale é que não costumo ficar tensa; estudo como posso e que se lixe. Eu não tenho falado da Bia, que é a minha melhor amiga, mas ela passa-se sempre antes dos testes. Então, quando são as provas intermédias, até vomita e já sei que tenho de ir com ela ao bar da escola tomar chá.

Para ela ficar mais bem disposta, eu uma vez até lhe disse: ó Bia, tu queres é tomar chá de borla. Ela começou a rir-se e disse: ainda ao menos que não se paga o chá quando estamos doentes. Ela é tão preocupada que até mete aflição. Eu não sou assim, embora me preocupe. Oh, eu acho que não vale a pena a gente afligir-se tanto porque até bloqueia.

No último teste, houve um bocado de bronca. A setora estava a explicar, a explicar tudo direitinho e o Silva disse assim: ó setora, já passaram para aí vinte minutos e assim não temos tempo para fazer o teste.

A setora ficou chateada e disse assim: então, meninos, não me perguntem nada. 

Eu por acaso acho que a setora teve alguma razão, porque nos queria ajudar, mas também devia ter compreendido que o Silva estava nervoso porque queria ter boa nota. Eu acho que às vezes os setores não nos conhecem bem por dentro e levam a mal sem necessidade. E, às vezes, por uns pagam outros. Outras vezes, deixam passar certas coisas que até a nós nos chateiam. Se calhar, é quando estão fartos e já precisam é de descansar mais um bocado.

Mas, mesmo assim, eu compreendo, porque acho que deve ser muito difícil ser professor. Às vezes, o meu pai dizia que se fosse com ele, dava “um banano” em quem fizesse asneiras e cortava logo o mal pela raiz. Eu sei que ele dizia mas não faria isso e até havia pessoas que lhe pediam conselhos sobre muitas coisas.

Como é 6ª f. à noite, vou poder estar mais tempo no sofá, quentinha, com a minha mantinha amarela, mas não vou responder às mensagens do Gi, porque a minha mãe tirou-me o telemóvel durante duas semanas. Foi mesmo azar. O telemóvel tocou numa aula e a DêTê disse à minha mãe. Pronto, foi logo. É tão chato não ter o telemóvel que até nem quero pensar nisso nem falar mais do assunto. Quero é que o tempo passe depressa para ter outra vez telefone.


Muitos abracinhos

Mariana


2 comentários:

  1. Por isso é que não respondes as minhas mensagens, Mariana!
    Tás sem telemóvel! A tua mãe também não perdoa nada! É como a minha.

    Quando me comparo com alguns dos meus colegas, apetece-me logo mudar de família. Tenho amigos que até parece que são eles que mandam lá em casa. Os pais deixam-nos sair quando querem, vir às horas que lhes apetecem, alguns têm mesmo dois ou três telemóveis, sempre com saldo...
    Não é justo! Já sei que pareço o Calimero...
    E ainda por cima tou como tu: tenho que estudar este fim de semana para Filosofia. O que vale é quee é a minha disciplina preferida, pois é a única aula onde a irreverência (neste caso, a minha!)tem lugar!

    Mariana, espero que ainda possamos encontrarmo-nos antes do Natal. Que tal um cineminha?

    beijinho
    prima Za

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  2. Olá, Za
    Ao menos tu, prima, compreendes-me. Os adultos muitas vezes são fixes, mas às vezes andam meio desconfiados e chateados com a vida. Só espero é que a minha mãe um dia não me tire o computador. Eu não é para me gabar, mas até acho que sou boa rapariga, não sei é como me esqueci de pôr o telefone em silêncio. Até parece que eles nunca se esquecem! Altamente, vamos então ao cinema. Pagamos as pipocas a meias? É que com a crise, a minha mãe reduziu-me a mesada.

    Abracinho e como gostas de filosofia, "carpe diem".

    Mariana

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