domingo, 21 de abril de 2013

A vendedora de bonecas


No jardim do Palácio de Cristal, havia muitos artesãos que expunham os seus trabalhos. 

Chamou-me a atenção um cesto com bonecas de pano. Aproximei-me. Olhei as bonecas com atenção. Não gosto muito de mexer nos produtos expostos. Penso que se toda a gente o fizer, tudo fica mais desordenado.

Cativou-me uma boneca de cabelo grisalho, avental e olhos serenos. Perguntei o preço: 15 euros. Pois, claro, tem aqui muito trabalho. Sim, sou eu que faço tudo. A jovem expressão da artesã era também serena, mas bem longe da idade grisalha.

Parabéns pelo seu trabalho. Adivinho-lhe o pensamento: melhor seria que comprasses uma boneca. Não comprei. Continuei a olhar, por uns instantes, a boneca de cabelo grisalho. A jovem pegou delicadamente na boneca e disse, alisando-lhe o cabelo: a minha grisalhinha!

A boneca ficou, mas também o momento.

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