quinta-feira, 13 de junho de 2013

A greve



Faço parte do enorme grupo de professores que aderiu à greve `das avaliações.
Tenho alunos que vão fazer exame de 12º ano e tenho tentado ajudá-los, mesmo depois das aulas terem terminado. Muitos colegas fazem-no igualmente. Também como muitos professores, tenho procurado tranquilizar os alunos, dizendo-lhes que devem estudar, que na próxima segunda-feira devem procurar estar calmos, concentrar-se e fazer o melhor possível. E que, independentemente do que possa ou não acontecer, é minha convicção que não serão prejudicados.
Como se sabe, ontem, a Direção das escolas recebeu ordem para convocar todos os professores, de modo a ser assegurada a vigilância de exames do próximo dia 17. Os sindicatos logo reagiram, lembrando que não há serviços mínimos obrigatórios e apelando à não comparência na escola na próxima segunda-feira.
Sempre que estou com os alunos, vou tentando informá-los sobre a situação e esclarecê-los, a partir das notícias que nos vão chegando, sobre algumas dúvidas que surgem: podemos fazer exame sem saber a nota ao certo da frequência; e se não houver professores para a vigilância, o que nos acontece?; será um professor de um outro nível de ensino que vai vigiar a nossa sala?; pode haver alunos que fazem exame e outros não na mesma escola?; não irá haver muita confusão nesse dia?...
Ora, se é apregoada, pelos diferentes governantes, a desejada qualidade de ensino e a necessária atenção às crianças e jovens, por que razão as turmas vão aumentar no próximo ano, assim como a carga horária do professor? A principal razão parece ser a redução de gastos porque o número de professores irá diminuir. Para não falar da mobilidade que empurrará muita gente para o despedimento, apesar da palavra mansa.
É nítido que Governo e Sindicatos não querem (ou não podem?) ceder. 
Enquanto se vai esperando por uma decisão, muitos sentem-se bastante sós. Sobretudo professores e alunos. A solidão do poder é menos fria.

Sem comentários:

Enviar um comentário