sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Gosto da palavra Delicadeza

Há uns anos, achava esta palavra lamecha, frouxa e morninha. Agora, que já passei por muitas e variadas situações com e sem delicadeza (da minha parte também, é claro), aprendi a apreciar mais este valor, quando é, naturalmente, genuíno.
Aprendi a ver que é posto em prática em qualquer idade, desde criança até à velhice. E os jovens também estão incluídos, apesar de, muitas vezes, se generalizar que são egoístas e duros na expressão.
Tenho alunas e alunos adolescentes que, aparentemente, sem qualquer esforço, são delicados, sem deixar de questionar, de fazer perguntas quando as respostas não os satisfazem, de exprimir acordo e desacordo; usando palavras adequadas sem o cinzento triste da acusação.
Às vezes, a expressão é séria; outras vezes, vem com um sorriso que a interação e comunicação prolongam.
Apetece dizer, então: que bom ser-se professor. Apesar de a sociedade não nos ligar nenhuma, apesar de para o Ministério sermos apenas um número que dá jeito na multiplicação de responsabilidades, na soma de deveres, na subtração de regalias...
Mas muitos jovens (e não jovens) não são nada delicados e saltam-lhes aos olhos e às palavras a aspereza da vida que interiorizaram pelas mais variadas razões.
E damos connosco a pensar que não somos com eles tão delicados como com os que  gravaram nos gestos e vocabulário a delicadeza que lhes foi amorosamente transmitida, essencialmente pela prática.
Hoje lembrei-me desta palavra a propósito de um filme vídeo que me emprestaram: "E agora, onde vamos"? de Nadine Labakl.
Leio um comentário: "De uma rara delicadeza...soberbo".
Promete, então. Logo que possa, vou vê-lo.
Preciso de momentos em que a delicadeza fale por si. Para com eles também aprender.

2 comentários:

  1. E esse filme de que falas, Dolores, é de uma delicadeza verdadeiramente delicada! Uma delícia! Vou fazer ficha de trabalho (guião de visionamento) e passar na minha turma do 12º 13. A tal do paraíso. Ainda há turmas destas, graças a Deus!
    beijinho,
    IA

    ResponderEliminar
  2. Sim, concordo contigo quanto e este filme. Têm sido uma belíssima descoberta estes filmes recentes do norte de África. Os temas não podiam ser mais pertinentes e atuais.
    Sobre a tua turma, ainda bem que assim é e tu também comunicas muito bem com eles, o que já é meio caminho andado.
    Eu ainda continuo à procura da chave mais direta para entrar no meu "Letras não são tretas".
    Mas, se não for antes, na próxima sessão da Ação de Formação, espero entrar sem pedir tantas licenças!!!
    Beijinho
    M.

    ResponderEliminar