quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Sem rédea


 
Hoje, numa aula de décimo ano, estivemos a analisar a crónica "Tamanho do mundo", de António Lobo Antunes (in Visão 20 de abril, 2006).
A propósito, vieram as diferentes associações que fazemos através da memória. Uma menina contou, então, que tinha ido ao Bom Jesus, em Braga, e que lá reencontrara o velho fotógrafo que lhe tinha tirado um retrato, sentada no cavalinho de cartão, quando ela tinha dois anos. Uma outra falou de velhos postais que a avó guardava desde os tempos da guerra colonial em África... E todos os que iam intervindo referiam as sensações que uma simples imagem, lugar ou momento desencadea(va)m.
Perante o entusiasmo e junção de tantas ideias, disse-lhes que, em breve, poderiam construir a sua própria crónica.
Uma aluna perguntou então:
- E podemos escrevê-la sem rédea?
Não entendi logo, ou melhor, pensei que se estava a referir à possibilidade de o tema ser livre.
- Não, setora, não é isso, se podemos escrever sem haver número limite de palavras, sem divisão do texto em parágrafos, sem palavras obrigatórias...
- Sim, desta vez,  escreverão sem rédea, respondi eu.
E pensei logo que teria, porém, de encontrar um tema comum.
- Ó, setora,  vamos escrever, então, sem rédea, perguntou outra aluna muito perspicaz, enquanto olhava pela janela!
Sem querer, estava-me a dar o mote.

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