terça-feira, 1 de setembro de 2015

A igreja que também é café e não só



Em West Hampstead, a uns minutos do centro de Londres, há uma igreja anglicana que está aberta a todos que lá queiram entrar por diferentes motivos. Tem múltiplas funções e o espaço está repartido. À entrada,  à direita,  está instalada uma pequena estação de correios; em frente, há uma cafetaria com bolos em fatias tentadoras e chávenas fininhas para chá. Ah, e na parede há um anúncio que também se servem copos de vinho!
Quem entra pode sentar-se nas mesas de madeira de diferentes tamanhos.
Muitas jovens mães conversam ou brincam com os filhos nos carrinhos de bebé ou enquanto os mais velhinhos se divertem num colorido espaço infantil com grandes cubos, escorregões...
Quando lá fui, a tarde estava de sol e havia muita luz.
Ao longo das paredes, há imagens religiosas e, ao fundo, de forma mais resguardada, eleva-se um altar para o culto. Muito perto,  muitas cadeiras estão dispostas em semi-círculo.
Fiquei surpreendida - não sei se por ser católica, se pela diversidade de opções numa área que, à partida, seria só de natureza espiritual. Pode, porém, encontrar-se espiritualidade em qualquer dimensão bonita e honesta da vida. Why not?

4 comentários:

  1. As vantagens que a Reforma e o anglicanismo trouxeram a esse país (de alguma forma)! Nós ficamo-nos com a Contrarreforma e deu no que deu, até o Marquês de Pombal ter de se livrar de alguma força clerical. Enfim, resta-nos as velinhas, muitos santinhos, muito silêncio e cheirinho a mofo, cera queimada, mais a esperancinha nos milagres. Talvez por isso sejamos tão pacatos (não tivemos que cortar as cabeças às rainhas), tão solícitos e abertos ao mundo (ainda que, por aí, haja o orgulho da Commonwealth) e com um grande sentido de adaptação (que remédio, entalados que estamos entre o fim do continente e o início do mar). Mas se víssemos essa espiritualidade em pequenas coisas da vida, e não apenas naquelas dimensões etéreas, ascéticas e divinas (que lá estão, algures, com alguém à nossa espera para o juízo final), talvez a felicidade fosse mais reconhecida a cada dia ou a cada momento. Eu que o diga.
    Big hug!
    We feel "saudades" (something utterly different from simply saying or writing 'we miss you')

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  2. Fico sempre muito feliz com a riqueza dos teus comentários. Obrigada, amigo.
    Concordo plenamente contigo. De facto, naquela igreja, viviam-se coisas simples mas fundamentais para a vida .
    Ah, e o rapaz que atendia ao balcão fazia-o com muita simpatia e para, naturalmente, tornar bom o momento
    Um pouco como no Bar de Solidariedade da esg. O intervalo grande da manhã com o cafezinho tirado por ti (já não falo quando era acompanhado por uma fatia de fogaça!) era uma coisa simples, mas que se tornava transcendente. Se é/era! Obrigada também por esses momentos.
    Um abraço
    M.

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  3. hello, grandmother!!

    Gostei dos teus textos! Os pormenores e a minúca descritiva nunca te escapam.
    Faz bem à alma não ser apenas avó, mas viajar e confrontar culturas, hábitos, ambientes.
    Bjs
    Ci

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  4. Que bom ouvir estas palavras. Tu também o fazes e viajas porque os teus rebentos também te ajudam a conhecer melhor o mundo. E o João que tem uma hortinha num pequeno canteiro em Londres! Achei uma maravilha quando contaste!
    Pois é, agora tenho mais uma razão para ir a Londres: a minha neta. E, tal como a tua, ela é maravilhosa (As avós têm a vantagem de não ouvir o choro noturno, etc.)
    Um abraço
    M.

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