domingo, 18 de outubro de 2015

Notas em domingo de chuva

Tenho estado a corrigir composições de alunos. E dei comigo a escrever umas pequenas notas, no final de cada texto. Apreciações sobretudo a nível do conteúdo, porque, quanto à forma, lá estão as cruzinhas, os sublinhados, os tracejados...

    Conheço quase todos do ano anterior. Parece que os oiço, ouvindo a chuva que cai do pesado céu de chumbo desta tarde de domingo de outubro. Escrevendo é como se dissesse as palavras que, na aula, não há tempo de transmitir. Porque são muitos os alunos, porque parece tempo que se está a perder, porque passa logo a haver mais barulho e diálogo paralelo... Para não falar de "Ó setora, posso abrir a janela? Ó setora, posso ir à casa de banho? Ó setora, pode abrir a porta por causa do calor? 

Para não falar de "Não sabes que não podes ter o telemóvel durante a sala de aula..."

E o dia, hoje, proporciona-se. É domingo, está a chover e o tempo disponível não empurra com as pressas da velocidade voraz do relógio. Desliguei a televisão. Talvez ligue o rádio, mais tarde. Falar-se-á da "Escritaria" em Penafiel e que, este ano, celebra a vasta obra de Mário Cláudio? Gostava.

    Não releio as notas que escrevi. Amanhã, cada um dos alunos lê-las-á na aula. Uns, de forma mais emotiva; outros , com mais diferença. Nem a chuva cai sempre da mesma forma

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