sábado, 16 de abril de 2016

Se fosse possível, convidava-o para almoçar!


Este é um filme de que me recordo com muita frequência. Vi-o há uns bons vinte anos na ESG, trazido por um crítico de cinema e também professor no Instituto Politécnico do Porto: Dr José Coutinho e Castro.
Através de amigos comuns, ele começou a vir à escola, periodicamente, para falar de cinema. Trazia os filmes - ainda em VHS - que conservava religiosamente. Não gostava de os emprestar nem que deles se fizesse cópia. Tinha medo que houvesse danos, o que prejudicaria a qualidade das imagens.
Os filmes que trazia eram quase sempre desconhecidos do grande público e acreditava que a educação também se faz através do cinema. 
Nem sempre os filmes agradavam aos alunos - bem mais habituados a cenas barulhentas com muitos choques à mistura. Não tenho grandes ecos do efeito dessas sessões, mas bem gostaria que tivessem deixado boas memórias em muitos jovens que a elas assistiram. Estou convencida que sim.
Hoje, estando eu a fazer o almoço - perfeitamente trivial - lembrei-me deste filme que tem imagens celestiais provocadas pelo saborear dos alimentos. Mesmo pessoas de grande austeridade, que parecem renunciar aos doces prazeres da terra, não escapam às delícias da mesa quando  combinadas e confecionadas na perfeição, como acontece na história.
Estou a fazer carne assada com batatas, o que exige pouco talento. Espero que os meus pais - para quem também estou a cozinhar - possam encontrar prazer na comida que neste momento preparo.
Para compensar a simplicidade da minha mesa, irei ver de novo este filme e voltarei atrás, com certeza, para rever algumas imagens que mostram como quase se chega ao céu através de alimentos.
Tenho pena que o Dr José Coutinho e Castro já não esteja entre nós. Talvez o convidasse para almoçar em minha casa. E eu, que habitualmente não gosto de pedir nada em troca, poderia sugerir-lhe que trouxesse o filme com a imagem perfeita e, se possível, legendado em português.

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