quinta-feira, 27 de março de 2014

Visita a Mafra

Para ler melhor o Memorial do Convento
de José Saramago


quinta-feira, 20 de março de 2014

Flores de minha mãe


quarta-feira, 19 de março de 2014

Se as estrelas falassem…

Após uma sessão no Planetário,
desafiei os meus alunos do 10º ano a escreverem 
 um poema, uma história...  com o título
"Se as estrelas falassem".
Este foi um dos textos que li e gostei. 
E assim vão nascendo novas estrelas.


Van Gogh
Para mim, elas falam. Aqueles pontinhos brilhantes, reluzentes, que todas as noites nos visitam, que nunca nos abandonam na imensidão da noite têm, tal como nós, vida. Vejo-as como seres maravilhosos e amigos. Falam de uma forma especial que só elas entendem  e, como são tão pequeninas, não as conseguimos ouvir. Mas será que são todas iguais?
Há muito tempo, havia uma menina, Carolina. Todas as tardes, após o lanche e realizados os trabalhos da escola, saía de casa, ao final da tarde, dirigia-se ao campo, airoso e preenchido com camélias, que ficava em frente à sua casa, cor de palha, e esperava pelo cair da noite. Ela não perdia um dia para falar com a estrelinha, que sobressaía no luar da noite.
Ensinava-lhe o que aprendera na escola e esta, encantada com as maravilhas que Carolina lhe trazia todas as noites, ficava ali, encantada com cada palavra que a menina lhe dizia. Depois, chegava a hora da rapariguinha ir dormir e a reluzente estrelinha cantava uma canção para esta adormecer.
Certo dia, Carolina estava, como habitualmente, no campo à espera da sua amiguinha, mas ela não aparecia. Começou a ficar preocupada e, chegada a hora de se deitar, nada mais lhe restou do que ir para a cama. Nessa noite, não dormiu, pois faltava-lhe a canção que a sua companheira lhe costumava cantar, com aquela voz fina, mas delicada.
Acontecera que, devido à poluição que se fazia sentir naquela época, todas as estrelas do céu começaram a ficar doentes e, como tal, deixaram de aparecer. Agora o céu encontrava-se escuro e andar pelas ruas tornara-se assustador. Não demorou muito para que a frágil menina se apercebesse da situação e, como sabia que se isto continuasse, o mundo se ia tornar vazio, como a imensidão do espaço, decidiu colocar “mãos à obra”!
Na manhã seguinte, foi a primeira a acordar e, eufórica e incontrolável, foi falar com o pai. Era  alto, elegante e de olhos cor de mel. Contou-lhe o que se estava a passar e pediu-lhe para lhe explicar melhor a situação, visto que ela ainda era pequenina e não percebia tudo o que a senhora da televisão dizia. Após a conversa, saíram os dois apressadamente de casa, pois a hora da rapariguinha regressar à escola aproximava-se. Pelo caminho, magicou e encheu a sua cabeça com ideias que iria expor à sua turma para travar o que se estava a passar, pois se continuasse, ia pôr muitas vidas em risco e já sentia falta da sua estrelinha.
À entrada da escola, reparou nas crianças que andavam cabisbaixas, como se algo de terrível tivesse acontecido. Estariam elas a rebaixar-se por esta desgraça sem sequer lutarem contra ela? Iriam desistir assim tão facilmente? Carolina tinha agora trabalho a dobrar! Tinha de, urgentemente, alterar as mentalidades que a rodeavam!
Após ter entrado na sala de aula, discursou perante os colegas, dizendo:
“- Isto assim não pode continuar! Já não falo com a minha estrelinha há muito tempo! Tenho saudades dela, mas preciso da vossa ajuda para ela poder vir ter comigo novamente. Ela está doente. Preciso que me ajudem a acabar com a poluição que se faz sentir.”
“- Claro, Carolina. Sabes que podes contar connosco, estamos do teu lado!”.
Logo após ter ouvido estas palavras, uma alegria renasceu dentro dela. Apressou-se a ir buscar cartazes de diferentes cores, marcadores pretos e, com a ajuda das restantes crianças, não hesitou em pôr “mãos à obra”!
Os cartazes que prepararam tinham escritas pequenas mensagens que visavam a diminuição do lixo que vagueava pela atmosfera. Não demoraram a espalhar os mesmos pelas ruas da cidade e pelos cafés mais frequentados.
Com este simples gesto, as pessoas ficaram conscientes da situação e começaram a adotar medidas saudáveis para o ambiente. Este começou a ficar melhor e, em poucos dias, o céu começou a surgir, de novo, brilhante. Carolina correu para o local onde costumava encontrar-se com a sua companheira, mas ela não aparecia. Desanimada, decidiu voltar para casa. Levantou-se e, cabisbaixa, caminhava em direção ao seu lar, quando, de repente, ouviu uma vozinha que lhe disse:
“- Ias embora sem me contares o que aprendeste de novo na escola? Assim também não tens direito a uma canção para adormeceres!”
Carolina não acreditava! Soltou um sorriso e ficou ali, horas a fio, a conversar com a sua amiga. E, para não fugir à “praxe”, ao deitar-se, ouviu a mesma fina voz de sempre que a fez cair num sono profundo.

Daniela Figueiredo,  10.º ano

domingo, 16 de março de 2014

Camélias em Londres



terça-feira, 11 de março de 2014

Leituras encenadas na BMG

O grupo das Leituras Encenadas com Rosa Quiroga- ao centro

O grupo tinha diferentes idades, formações diversas, mas alguns gostos em comum, como ler em voz alta.

Rosa Quiroga - Mulher com longa experiência no Teatro - encenou as peças, ajudando-nos a ler e interpretar melhor os textos de Tchekov: O pedido de casamento e O Urso.

Apesar do tempo ser um bem (que tornamos cada vez mais) escasso, foi uma experiência estimulante, porque permitiu o encontro à volta de peças com graça,  sentido crítico, conhecimento da alma humana…

Os ensaios realizaram-se em tardes de sábados do final e do início do ano.

As leituras foram apresentadas ao público sexta-feira, dia 7 de março, às 21.30, na Biblioteca Municipal de Gondomar.

E foi bonita a partilha e até mesmo alguns nervos e preocupação, tanto dos mais novos como dos mais velhos.
No final da leitura/representação, houve sorrisos, carinho, amizade, boa disposição... 
O Teatro tornava o ambiente caloroso e verdadeiro: o Teatro sem teatro.

domingo, 2 de março de 2014

"Unidos por Mary"



Com muita cor, talento e sabores partilhados,
Com doces palavras e afetos
Na ESG, dia 28, houve jantar;

Mostrando que a união -
Também da razão e coração -
Permitem acreditar!


O rapaz sem asas


Imagem da net


Imagine-se uma loja grande dos Chineses. Ao fundo, dois provadores: os dois ocupados e com as cortinas fechadas. Num deles, uma jovem a vestir um vestido de joaninha: saia vermelha com pintas pretas e bandolete com laço a condizer.
Entretanto, a mãe da elegante joaninha, que estava da parte de fora, entreabriu a cortina para dar a sua opinião sobre o comprimento, a largura do vestido e os etecetras do gosto maternal. Que bonito. Fica-te tão bem. Pareces uma menina. Lembras-te de um vestido...
De repente, a cortina ao lado abriu-se, saindo de lá uma mão que foi bater-lhe no ombro. Que susto.
Apercebendo-se do que se passava, logo se tranquilizou. Era um jovem que provava também um fato, mas não sabia como pôr as asas.
- Pode ajudar-me? Desculpe, não sei pôr isto.
- Deixe ver. Tem de puxar o elástico e enfiar um braço de cada vez.
Obrigado, disse ele, olhando-se ao espelho e vendo um corpo enorme, quase coberto pelo fato de joaninha macho e com asas bem abertas. O sorriso foi de meninos.
E a joaninha macho ainda perguntou:
- Acha que me fica bem?
- Sim, o fato é muito engraçado.
Já na caixa, voltaram a sorrir, desejando bom carnaval. E de novo o sorriso parecia de meninos.